Megablogagem, Meganão ao AI-5 Digital

Chamada para a megablogagem

Na última semana tivemos grandes e poderosas vitórias: O ministro da Justiça manifestou publicamente seu apoio ao veto dos artigos “draconianos” do PL de Cibercrimes, o PL 84/99, ou o PL do Azeredo, ou ainda popularmente conhecido como o AI5 digital. No último dia 14 tivemos uma grande vitória com o Ato Público na Assembléia Legislativa de São Paulo contra o AI5 digital, onde novos e poderosos aliados se juntaram ao combate ao vigilantismo. Estranhamente a mídia tradicional não deu muita importância ao evento, não lembro de ter visto nenhuma noticia na TV sobre o Ato, a excessão ficou com a Folha, aquela da “Ditabranda” que mandou para o evento uma jornalista com as piores das intenções, e segundo os presentes com as perguntas mais descabidas possíveis.

Há algum tempo haviamos percebido um argumento típico dos vigilantistas na novela da Globo da Globo caminho das Indias, onde um personagem advogado fala para outra personagem algo como: Olha, não sei como andam estas leis, mas é dificil isto, nem a Policia Federal consegue rastrear sobre casos de pedofilia. Conseguimos um contato com a assessora da Glória Perez, que nos “cozinhou” e acabamos não conversando com a autora para expor nosso ponto de vista, na verdade acredito que a Glória pouco poderia fazer a respeito, já que ela é funcionária da Globo, e provavelmente deve ter de seguir as determinações da Empresa.

Nesta semana, justamente a semana de grande vitórias, a mídia atacou a Internet de forma extremamente agressiva, estão promovendo uma verdadeira engenharia social, tentando a todo custo convencer as pessoas de que a Internet é um antro de criminosos e pedófilos. O SBT fez uma matéria a respeito, a Globo esta atacando em todas as esferas, no programa Ana Maria Braga onde tenta envolver a Internet no caso do “Mussunzinho” apenas pelo fato de alguem ter tido acesso ao email dele para responder à uma entrevista. O jornal da Globo, RJ TV, Fantástico e ontem o Globo Reporter que falou de pedofilia, não citou nenhum caso de pedofilia na Internet, o que sabemos que não existe, mas falou que a maioria dos casos de pedofilia se dá na Internet. Para fechar, a Veja desta semana esta detonando com a Internet da forma mais escrota e descabida como parece peculiar desta publicação.

O que estamos assistindo é na verdade um ato de desespero, os apoiadores do vigilantismo, como a FEBRABAN, APCN, Operadoras de telefonia, a Industria Cultural, só para citar alguns, devem estar patrocinando, ops, quero dizer pressionando os nove empresários que comandam a mídia no Brasil, ou seriam estes empresários também interessados? Será que tem algum Senador que tem ligação com veículos de comunicação? A mídia deixou de ser sutil, de parecer imparcial, e num ato de desespero esta tomando uma posição clara, a favor do vigilantismo, com o objetivo de manipular a opinião pública para que o nosso ativismo seja desmoralizado e minimizado e AI5 digital seja aprovado.

Sendo assim, convocamos todos a uma blogagem coletiva hoje, dia 17 de maio, dia Internacional da Internet para uma blogagem coletiva com o objetivo de critica a atitude de nossa imprensa mentirosa, de investigar e de desmascarar a midia que mente e vai contra a democracia. Não vamos deixar o vigilantismo ganhar, Mega Não, Mega Blogagem já !!!

Usem as tags “ciberativismo”, “meganao” e “megablogagem” para que possamos identificar os posts participantes, e mandem um ping para cá. Publiquem, twittem seus posts, divulguem no Orkut, Facebook, neste dia 17 temos de fazer as mídias sociais gritarem um Mega Não ao vigilantismo.

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As rosas do dia oito.

por Camilinha

 

 

Dia 08 de março, o Dia Internacional das Mulheres. Durante a semana que antecede essa data (assim como tantas outras comemorativas) inúmeras propagandas comerciais de homenagens e vendas de “produtos femininos” às sempre sensíveis, delicadas, esposas, mães, ou seja, às mulheres- esteriótipos são veiculadas na mídia, além das rosas que nos são dadas nos estabelecimentos comerciais. Isso já é praxe.  

Mas nunca é demais, relembrar a real história do 08 de março, para percebermos, como, a sociedade capitalista absorveu essa luta (como tantas outras). Fato é que a principal referência histórica sobre o Dia Internacional da Mulher, remonta à II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1910, quando Clara Zetkin propõe uma agenda de lutas das mulheres trabalhadoras. Em muitos países, como Alemanha, Rússia e Estados Unidos, as mulheres socialistas comemoravam o Dia Internacional da Mulher, sem uma data oficial, unificada, nesse momento (início do século XX), as datas eram múltiplas e marcadas por dias de protestos e greves das mulheres trabalhadoras. A isso, agrega-se a história oficial das mulheres trabalhadoras de uma fábrica têxtil de Nova York, que, durante um protesto teriam sido trancafiadas dentro da fábrica e mortas por um incêndio criminoso. O dia 08 de março vira data oficial de comemoração, em 1922, após ter sido proposta em 21, na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas.

E, como vemos, a real proposta do dia 08 de março, enquanto dia mundial de luta das mulheres trabalhadoras foi se perdendo, sendo absorvido pela sociedade capitalista, como apenas mais um chamariz para o consumo de produtos produzidos especialmente para as mulheres – produtos, formatadas como pede o mercado.

Enfim, o intuito desse pequeno texto é somente o de tentar trazer à tona que as mulheres trabalhadoras que iniciaram essa data, não tinham como proposta serem bombardeadas com propagandas comerciais e muito menos receberem rosas das lojas dos centros das cidades, elas não queriam rosas, queriam dignidade humana.  

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Arquivado em Lutas e Mov. Sociais, Sociedade

Amigo do meu inimigo é o que?

images8Por Taiguara

 

 

 

No dia 23 de janeiro do presente ano, seis centrais sindicais – entre elas CUT e Força Sindical – foram advertidas pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo para que, em respeito às leis trabalhistas vigentes, moderassem nas concessões de direitos que têm feito em nome dos trabalhadores.

  

Ante o efeito alardeador gerado pela famigerada crise financeira no capitalismo, o empresariado, supostamente em troca da promessa de manter o número de postos de trabalho, tem se sentido à vontade para exigir acordos coletivos que reduzam a jornada, com a justa diminuição dos salários, é claro.  E, as negociações, por seu turno, contam não só com a adesão, mas com o estímulo de boa parte dos dirigentes das entidades. O discurso utilizado é simples e convincente, como ouvi dizer, dia desses, em um jornal televisivo: “Melhor pingar do que secar”.

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Arquivado em Fragmentos, Má Educação

Sociedade escravista em tempos de não escravidão

bonecasPor Camila Peruchi

O mundo globalizado e moderno no qual passamos a viver nos coloca de frente ao consumo exagerado e à exploração assídua dos meios de comunicação como forma de alienar os possíveis e futuros consumidores de determinado produto. Em uma época mais simples, a publicidade meramente chamava a atenção para o produto e exaltava suas vantagens, não havia ainda, necessidade para tanto.

Porém, hoje em dia, fez-se do próprio consumidor um produto a ser vendido, onde a estratégia de venda consiste em torná-lo frustrado, entediado, insatisfeito e ansioso. O objetivo é colocá-lo forçadamente numa redoma de vidro na qual ele mesmo se reflita de forma totalmente insignificante, sentindo uma falta imensa de algo, de modo que pense que a única forma de supri-la é consumir. Só se será alguém se houver entrega aos delírios dos logotipos, preços altíssimos, e símbolos. Logotipos e símbolos, os quais só ficarão bem em você se você for magérrimo e alto, e, se por sorte fantástica da genética, tiver os olhos claros, a combinação será perfeita. Continuar lendo

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Arquivado em Saúde, Sociedade

A Esquerda Atual e a Educação – Nota Sobre uma Ausência

Uma escola brasileira

 Por Ronan

                   De início, é de conhecimento ou deveria ser que os dois grandes partidos brasileiros – PT e PSDB – não possuem diferenças quanto às politicas atuais em educação. Seguindo práticas correntes em países subdesenvolvidos, ao mesmo tempo em que mantêm um baixo investimento, procuram aumentar a produtividade do processo educativo. Mesmo assim, os mil e setecentos reais anuais que o Brasil investe em educação básica são somente metade do investimento efetuado pelo Chile. Foco e auxílio na gestão, tem-se a introdução de avaliações sobre o sistema – gestores, alunos e professores, criação de currículos básicos, estipulação de metas, combate ao absenteísmo, bonificação por resultados, programas de requalificação docente, produção de materiais didáticos, aprovação automática, centralidade em português, matemática e ciências, manutenção de um contingente enorme de professores não efetivos.

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Arquivado em Lutas e Mov. Sociais, Materiais de Aulas, Má Educação

As políticas naturais de desastre

santa-catarina3

por Alex

As catástrofes pouco têm de natural e muito da lógica do capital. O modelo de desenvolvimento implementado, ao ter por norte único o lucro, de qualquer forma possível, tira proveito das destruições do planeta seja como desgraça ou nas conseqüências destas.

Por um lado, temos as autoridades governamentais que buscam se isentarem de suas responsabilidades ao culpar a natureza pelas tragédias, escondendo assim, uma série de (não) políticas públicas que permitiram tal ocorrência. Evita-se uma discussão séria sobre os motivos – através do argumento de “não politizar a situação”, liberando a gestão pública e os interesses empresariais de responsabilidades. As catástrofes aparecem quase como um castigo divino, que nada tem a ver com o modelo de desenvolvimento aplicado e que se continua a aplicar.

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O Tamanho do Racismo no Brasil

Manifestação do Movimento Negro

Manifestação do Movimento Negro

Por Ronan

 

No Brasil há, auto declarados, 37% Brancos, 36% pardos, 14% pretos.

Embora 91% da população afirme que o brasileiro é racista, apenas 3% se assume como racista.

Pretos e pardos possuem somente 6,3 anos de estudo. Apenas 31% das pessoas no ensino superior são pretas ou pardas. Desta cifra, 51% estão em cursos destinados a formar professores e somente 12% estão em medicina. Continuar lendo

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À procura do Extra-Ordinário

            Por Dany  

           Tio Miguel sempre foi desses que guarda certa forma peculiar de olhar o mundo. Pai de melhor amiga, pra quem não teve um, era parte da família. Seu jeito gentil e companheiro era imprescindível para os que estavam a sua volta. No entanto nunca foi desses de aceitar facilmente algumas imposições. Mesmo formado, não tinha emprego fixo e, dentro de casa, chefe não era muito bem o seu papel. Alguns pontos finais foram colocados e ele foi ‘s’embora’, viajou. Fora procurar Passárgada talvez…

            Dia desses foi encontrado por aí, dormindo na calçada. Continuar lendo

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Impressões sobre o Tribunal

29652Por Simone

Saudações a tod@s!

Meus queridos comp@s, escrevo para relatar a realização da Sessão temática sobre a criminalização do Movimento Estudantil que aconteceu na última sexta-feira, na Faculdade de Direito da USP. Entretanto, devo expor anteriormente alguns aspectos da jornada que foi desencadeada para atingir tal objetivo.

Há alguns meses tinha sido proposta ao Sopros a organização da Sessão temática sobre a criminalização do ME, e desde então nos envolvemos na construção da mesma. Continuar lendo

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O futuro apenas como resposta a um amigo

Por Alex

Muito já escutei, proferido por bocas jovens e nem tão jovens, de que os “bons tempos” para viver-militantemente eram os passados, que nossa época é apática e alienada. Pode ser. Porém, meu processo de instrução e participação política consciente se deu “tardiamente”, na vivência da Universidade (antes se aproximava mais de pulsões de inconformismo mesclado com caridade), com companheir@s que logo no primeiro contato não me diziam “oi”, mas: “Deus está morto! Foi você quem o matou?”; nas infindáveis discussões, que invariavelmente atravessavam a noite e invadiam a madrugada que se cansava de tanto blá-marx-blá-anarquismo-blá-bakunin-blá-zapatismo e dava lugar a manhã. Foi neste ambiente que, além do contato teórico, passei a vivenciar outras práticas, às vezes de modo mais dolorido, outras vezes de maneira tal que já parecia constituir parte do meu ser.

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